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Beto do Bandolim freva no Mercado da Boa Vista

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Hoje pela manhã achei de ir tomar café da manhã com os compositores de frevo no Mercado da Boa Vista. Demorou tanto que, na verdade, foi um almoço. De quebra ainda teve um bloco alternativo com tapete vermelho levando para lugar nenhum.
Maestro Beto do Bandolim acendeu uma chama frevistica em todos no mercado
A programação dizia que às 10:00 iniciaria o café da manhã com os compositores e 10:30 eu estava lá sentadinho no Neto's bar. Nem saia frevo nem saia nada no bar, tava tudo se arrumando ainda, só um caboclo montando o som e o atendente ainda pegando no tranco... Agora acho que o café era realmente um café da manhã mesmo, e os compositores de frevo estavam em alguma mesa se alimentando, esperando a hora da primeira atração.
Não podiamos passar com fome
Meio dia, como indicava a programação, subiu ao palco o Coral e Orquestra de Pau e Corda Maestro Beto do Bandolim! Já começaram tocando um frevo de rua dos diabos. Aproveitaram o espaço para reforçar o motivo de tanto frevo no carnaval de Recife, como não toca em rádio nenhuma, só resta o carnaval pra fortalecer o "movimento frevo" (essa do movimento eu inventei para resumir o discurso). O repertório seguiu com clássicos do frevo, marchinhas e com uma palhinha de Gilberto Gil (um genérico que por ali passava).

Tive que dar uma saida do mercado e me deparei com um bloco psicodélico, o Bloco do Nada! Clamando que nada leva a lugar nenhum, um tapede vermelho dava a quem quisesse a oportunidade de chegar ao nada. Quem levasse seu trio também podia tocar e, eram permitidos "trios" de até trinta pessoas. Aproveitamos para flanar no tapete vermelho antes de ir embora.
Flanando, flanado, flanannananananana nam nam nam nando
O pensador do nada
Rodolfo Nícolas flamba.

EDDIE IN THE END (tchau, tchau carnaval o retorno para o fundo do mar)

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Aldemir Suco fala pelo RecifEstranhO sobre seus últimos momentos do carnaval 2013. Pode ir com ele que tá muito bom!

...por Aldemir Suco.

Sobre o ar das últimas horas essa cidade se balançava. O calor, a cerveja e os lábios coçando para roubar outras bocas. Guardando tudo que é imagem do carnaval no bolso do peito. Eu, apenas, com meu humilde latão de cerveja esperava a banda Eddie que seria a última a tocar no palco do Pátio de São Pedro, Centro do Recife. Neste ano tomei um rumo diferente de outros carnavais, não quis ser espectador de atrações, não corri de ponte a ponte para ver nenhum artista. O que eu queria ver mesmo era saborear as complexas obras e apresentações que são verdadeiros testes de resistências a corpos dos foliões: as troças. Mas a Eddie. Ops, quê isso, Eddie é Eddie e comigo tem moral. Essa eu quis ver. Além do mais, mente e alma estavam ligadas a música deles, o amor e a alegria tem sido comigo uma chama, quando não me queima, aquece.
A única foto da postagem não foi tirada pelo autor do texto, que fique claro
A Banda Zé Cafofinho e a Orquestra do Sucesso eram quem puxava o bonde assim que cheguei, ainda não tinha visto eles em palco, apenas histórias. Mas deu um show, com um jeitão bem escandaloso o público devolvendo tudo em ritmo de safadeza. Num gingado provocante, ensaiava um stripper, dentro de um micro vestido banhado de suor, eles não só deram pinta, deram um verdadeiro show.

Fiquei arrodeando, vendo caras, bocas, pessoas, barracas, emprestei um pouco de meus minutos disponíveis, deixei alguns abraços, beijos no rosto, opa, hummm, beijo na boca?! De leve, no travessão Galvão.

Esse show estava para duas coisas: dançar coladinho recitando Vinicius de Morais ou curtir a solidão debaixo do teto estrelado.

Quando Zé Cafofinho tocou a saideira, que foi um clássico da cantora Gretchen, e ao terminar o show o povo se dividiu em dois. Havia aqueles que queriam ver a cantora Céu do outro lado do continente e aqueles que iriam mais adiante ver Caetano, por dois pesos na bandeja achei que o show daria pouca gente, que nada. Então fiquei na minha, mais um latão de cerveja, mais um amigo, amiga, mais uma saudade matada.

Secaram as gotinhas de cerveja em minha garganta e meu pensamento lá em embaixo... E eis a anunciação, Eddie, no palco e o povo pegando fogo. Eles entraram no ritmo do público tocando Casa de Maribondo e seguindo com Veraneio que leva o nome do seu último trabalho, Veraneio (2011). Eles faziam a festa e ainda diziam que queriam a Vida Boa e o público também se esgoelando no coro.

Ai eles me pegaram na malicia e qualquer um que estava solteiro ali, presente no recinto, ao tocar Lealdade; faixa que esta em seu terceiro trabalho, de boa repercussão, o Carnaval no Inferno. Que, com o calor que estava fazendo e a quantidade de doido de tudo quanto é tipo que tinha, o título do álbum fazia jus a festa.

E no swing malandro, os casais introduziam seus passinhos de cumbia e outros por sua vez não fazia feio, bailavam sozinho mesmo, oxê?! O que é que tem? E se não bastasse o grudadinho, equilibrado, para quebrar as coisas pré-estabelecidas eles decidiram desequilibrar tudo no bailado rasgado, tocando Desequilíbrio.

Ai ninguém mais acertou o passo, outros ainda se seguraram na namorada, no latão de cerveja, vi alguns ainda se escorar nas pilastras de ferro da tenda montada. Foi quando ele decidiu chamar o Professor Erasto Vasconcelos, integrante e idealizador de muitas musicas, que como diz a música, Pode Me Chamar Que Eu Vou, ele veio, trazendo consigo um portal do qual sugou todos para campo dimensional e aonde, o próprio, era o guia do furo no tempo, e lá mostrou uma antiga Olinda. Com parquinhos, sapatos conga, laços de fita na cabeça, bailinhos, carrossel, tempo este que tinha rio e que se tomava banho de maré quando enchia, e no mangue tinha xié, soconuianu, inoré, siri, aratu, unha de véio, guaximi, carangueijo. E tinha tudo isto. Depois que o Professor trouxe toda cambada de volta deixando sãos e salvos no Baile de Betinha.

Mas ali tinha O Amargo, e era eu, pedindo uma cachaça porque não queria beber cerveja. Entre um gole e outro, um cigarro, estava, acunhando com uma dama que se esforçava para por um riso na minha boca. E o cigarro deixava? E todo mundo nesta nostalgia. O show e o carnaval retornando para o fundo de nossas fantasias, mas não assim, Fabio Trummer (vocalista) com a cabeça de La’Ursa no palco pediu para Olinda toda descer ladeira e todos desceram cantando pô pô pô pô pô pô pô pôôô seguindo junto com o carnaval e o show que se encerrava retornando para nossos corações alegres, amantes, canalhas, falsos, palhaços, misteriosos, coração que batem em comum na multidão. O folião só é mais um que já conta nos dedos à hora do carnaval recomeçar para se iludir de novo.

E eu na avenida de novo... Oh Quarta-feira ingrata chegou tão depressa, só para maltratar. 

De bode em Salgueiro! Bode das Gêmeas!

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Final de 2012 fui passar o período natalino em casa, terra do calor nascente, terra de Pajaraca, Salgueiro. Como não pode faltar, uma ida a terra brava do sertão só é completa com no mínimo uma degustação da vedete municipal, o bode! Não me indispus e junto a minha trupe fui ao Bode das Gêmeas, vulgarmente conhecido como Bode das "Gemas”, devido a estrutura comunicativa peculiar que eu e meus conterrâneos cultivamos com charme indescritível.
Ôooooo bodão!
Ahhhh um bodinho assado agora...
Tem gente que gosta cozido, tem gente que gosta guisado, outros na linguiça, alguns como pirão, tem a buchada (tira gosto genial) e por aí vai, a criatividade do sertanejo é vasta. E nada do "refino" ou mera jactância dos gourmet's das capitais e grandes centros, a finesse aqui é o gosto forte da comida, o preparo rustico, o sabor do próprio alimento... no fim os pratos são belos por si só, sem firulas. Eu gosto de bode assado! Essa é, para mim, a melhor forma de apreciar o sabor desse animal que deveria ser sagrado para todos, pois ele praticamente mantêm a economia de uma boa parte da região, sem contar as famílias que dependem dele para não viver na extrema miséria...

Mas voltando para o restaurante... O Bode das Gêmeas se tornou um dos mais tradicionais das 896 casas, restaurantes e lugares que vendem produtos derivados do bode. Diferente de Petrolina, a terra do river shopping, que teve que construir um bodódrodomo, Salgueiro nunca precisou disso já que ele é um em si mesmo, como o bode assado também o é. Mais uma vez me perdi falando em bode... O restaurante fica bem no meio da cidade, numa área aberta e ventilada, onde há muito espaço para se comer e festejar, por isso a plaquinha favor não ligar som de carro está por ali em algum lugar, mesmo eu não tendo visto.
Tá aí uma iguaria sabor mil que ainda não vi chef fazer
Pedimos um bode assado completo. Veio baião, arroz, macaxeira frita, feijão tropeiro e vinagrete, e o próprio bode, é claro. A farta refeição estava soberba! Estava tudo tão bom que arrisquei por a sinergia do universo em risco colocando no meu prato baião e feijão... O bode estava com uma maciez fluida e consistente, sem contar que o risco de ser carne de cachorro tendia a zero pela esquerda. O bode tava magrinho, quase nada de gordura, do jeito que eu gosto. Essa brincadeira custou 31 reais muito bem pagos, e eu e meu irmão comemos como touros, sendo que o gênio Yuri Caldas também participou desse momento gastronômico.
Yuri o gênio, cedido gentilmente pelo pajaracas.com

Ah, o Bode das Gêmeas foi escolhido não só pela sua tradição, mas também por ser patrocinador de algumas causas sociais. Mas isso foi só um plus. Se você for a Salgueiro, este é um dos lugares para se iniciar nas delícias do interior. Depois procure coisas mais hards como carneiro, sarapatel, buchada, mungunzá (o original, não aquela papa doce da capital). 

O Bode das Gêmeas fica na Rua Joaquim Sampaio, 607 – Centro, em Salgueiro. Telefone para contato ( 87 ) 3871 7801. Funcionando das 11h até a noitinha.

Milenna Gomes do Não Sei Cozinhar convida RecifEstranhO para degustar a pizza que leva seu nome!

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Há muito tempo, algo em torno de 2 anos, a Pizzaria Atlântico fez um concurso com blogueiros culinários de Recife para decidir uma nova pizza para o seu cardápio, hoje você encontra a Não Sei Cozinhar em todas as unidades da pizzaria da capital.
Cara de paumente eu peguei a foto dessa carne de sol fazendo bungee jump direto do Não Sei Cozinhar
O concurso Blog no Forno fez um No Limite (ou uma Casa dos Artistas), algo assim, um reality show dos blogs onde só haveria um vencedor. Não lembro os blogs que participaram, mas nenhum tinha o requinte do meu candidato! Mussarela, carne de sol refogada na manteiga, tomate seco, tomilho e queijo prima dona fizeram a cabeça da maioria dos eleitores do concurso. Votei com água na boca e, como recompensa, além de poder comprar essa iguaria a qualquer hora, recebi o convite da mestra cuca para experimentar a criação.

Da receita do concurso só uma pequena alteração, queijo gruyère no lugar do prima dona. Foi só um pequeno ajuste em um dos ingredientes para que a pizza pudesse estar em um valor comercial. Queijo prima dona é tão caro que só comi uma vez na vida, em uma recepção de alguma coisa do governo, com coisas chiques e finas aos montes. Assim, a pizza grande custa justos R$ 45,90!
Olha aí uma foto do cardápio para provar (e essa foto é minha rá)
A pizza em si possui um salgado muito bom, que dá água na boca e vontade de pedir outra fatia. Até o tomate seco, que, por sinal, não vou com a cara, caiu bem e encaixou com a carne de sol (que foi bem descansada pois tava na medida). O tomilho devia estar muito bom apesar de eu não saber o que é, deve ser algum orégano ou noz moscada do mundo dos famosos. Enfim, uma bela opção para quem quer comer uma pizza gostosa. Dá até para pagar de conhecedor de gastronomia e soltar um: "Em lugar de comermos uma metade frango catupiri e calabresa hoje vamos comer uma Não Sei Cozinhar".

A pizza Não Sei Cozinhar pode ser comprada na Pizzaria Atlântico.

Rodolfo Nícolas é subterfúgio.

Rocknrollando no Recife Antigo

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Esta não é uma resenha tradicional das que você vê no RecifEstranho. Digamos que o texto a seguir serve de inspiração para quem quer ter uma noite de rock n' roll sem gastar tanto dinheiro em um dia comum no Recife - na ausência, claro, dos tradicionais shows de graça. Prometo que vou me segurar no vocabulário por respeito aos leitores.

A noite da última sexta-feira começou com uma saída para o bom e velho Empório, na Rua da Hora. Eu, Johnson e Raul, amigos de longa data de faculdade, colocávamos o papo em dia, uma vez que Johnson voltava de uma longa temporada morando no Rio de Janeiro.

Sobre o Empório, não tem muito o que falar. Todo mundo sabe que lá se vende a "melhor tripinha da história de todas as tripinhas da humanidade". O caldinho, todos dizem que é uma m... Mas como não tenho muita frescura e sou viciado em feijão, tomei o meu junto com um prato de queijo coalho acebolado.

Os papos sobre os dias da juventude ativaram uma adrenalina antiga em nossos sangues. Aquele encontro não poderia começar e morrer ali na zona norte. Olhando na Agenda Recife, as opções eram variadas, indo de Calourada de Medicina com show de João do Morro a Gilliard no Manhattan.

A noite, no entanto, era de rock n' roll.

Pegamos um táxi por volta das 23h53 e seguimos para o Burburinho, com menos dinheiro no bolso do que deveríamos. Menos mal que o garçom do Empório não colocou o queijo e contou uma cerveja a menos na hora da conta. O taxista, gordinho e com uma camisa desabotoada e suada, se juntou ao nosso papo sobre os livros de Charles Bukowski.

Descemos na Madre de Deus e primeiro fomos para a rua atrás do bar para ficar na "arquibancada dos lisos". Dava pra escutar o som todo por ali sem precisar pagar, mas como não tinha mais ninguém lá, resolvemos ir para o outro lado. Tava tocando a Fab2Beatles, uma dupla boa que manda um Beatles (é nada...) nos violões.

Depois ia ter um cover de Steve Ray Vaugh e a proposta era interessante, mas o preço nem tanto. Tava R$ 20 por cabeça. Isso sem contar a cerveja cara lá dentro. Não valia. Fomos rodar e procurar a sorte na Rua da Moeda.

E ela atendeu pelo nome de Sushi Digital. Chegamos e estava começando um power trio. O equipamento dos caras era bem simples, diga-se de passagem, mas sempre que eu passava na frente desse bar tava rolando um som de primeira. Demos uma chance. E foi do c@R&7H0!

Rolou som de primeira no Sushi Digital, mas o coitado do baixista acabou fora da foto.
Além de mandarem bons blues, tocaram uma versão fiel da épica Shine on Crazy Diamond, de Pink Floyd, e uma mais livre de Black Magic Woman, de Santana. O couvert era de R$ 4 por pessoa, mas se você consumisse acima de R$ 30 não pagava a taxa. A cerveja mais barata era Devassa, por R$ 5. E ainda aceitava cartão, o que dava para aliviar nossa bronca do pouco dinheiro.
Boas opções de cerveja para quem não tava afim de escutar o som em pé.
Atrás da gente, dava para escutar um som pesado em um bar cheio de metaleiro. Johnson, o único solteiro do grupo, viu uma roqueira gostosinha (posso usar esses termos aqui, editores?) e ligou o botão caçador. Quando passamos de nossa cota de R$ 30, seguimos para esse lugar cujo nome não me recordo.
Banda de metal cujo nome não me recordo mas vou perguntar a Wilfred depois.
A entrada era R$ 25 para cada, mas depois de 1h30 tudo se negocia. Com R$ 40 (barganha feita por Raul), entramos os três para escutar o som. Eu não tenho preconceito com metal pesado. Já tive uma banda cover de System of a Down. Tomamos mais alguns latões de skol lá dentro, a R$ 3, e já estávamos prontos para entrar na porrada das rodas de pogo. Até encontrei o amigo Wilfred, vocalista do Cruor.

- Se tiver qualquer bronca aqui, diz que tu é meu amigo - ele me falou, depois de perguntar como diabos eu tinha parado ali.

Johnson, com sua camisa xadrez branca, poderia se passar por um playboyzinho. Foi o alvo predileto dos metaleiros nas rodas. Bom, até eu dei porrada nele. Mas quem entrou em roda de pogo sabe que há muita pouca maldade. A vibe mesmo é descarregar, suar, deixar umas marcas e levar outras pra casa. Briga é difícil de acontecer - mais fácil ter em show de forró (por conta de mulher) ou de axé (por roubo).
Johnson, com sua camisa xadrez, se esquivando dos metaleiros.
Saímos de lá suados, bêbados e felizes. Johnson não conseguiu agarrar o seu alvo inicial, mas terminou com uma loira em beijos apaixonados. Raul, um pouco mais bêbado, fazia passos de balé atrás da garota pra fazer nosso amigo sorrir. Pegamos o táxi de volta para a zona norte depois das 3h.

- To ficando velho, mas a gente tem de fazer mais disso - falei, com o vento levemente gelado da noite recifense acariciando meu rosto. No final, o bolso não tinha sido tão agredido.

- Por mim, sim. E tu Johnson, como era o nome dela? - disse Raul.

- Sei não, 'bróder'...

Bom, seria pedir demais um pouco da memória dele.

Afinal, havia sido uma noite de rock n' roll.

Elias Roma Neto escreve para o De Episódio em Episódio e eventualmente ajudar Lorena com as resenhas do RecifEstranhO.

Conexão Chile, o início

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Após três anos de namoro, eu e Rodolfo conseguimos fazer nossa segunda grande viagem (a primeira foi para Salgueiro no início do ano passado). Resolvemos que durante dez dias íamos dar um chega pra lá na rotina e aproveitar ao máximo o período. Sem aperreio. Em fevereiro, compramos as passagens para o Chile, por R$ 990 cada uma (pela Tam/Lan). A princípio, o destino seria Machu Pichu, mas as tarifas eram quase o dobro. Além disso, também tínhamos muita curiosidade em conhecer a América do Sul antes de desbravar o Velho Mundo. Adicionando aí a programação feita por Luiz e Nathalia, que viajaram em fevereiro e nos deram várias dicas e conselhos, começamos a organização.
Dois gatinhos na janela. Én énn

Viajamos entre os dias 20 e 30 de março. Os planos de passar pelas cidades de Santiago, Viña del Mar, Valparaíso, Pucón e Villarrica foram cumpridos. Ficamos hospedados em três hostels e num lugar malassombrado, onde tivemos medo de roubarem nossos órgãos. Cruzamos o País de ônibus. Fotografamos cachorros mil. A meta era mergulhar na cultura, no povo, nas tradições chilenas e ficar de bobeira por um país desconhecido. Assim, sem compromisso, na base da observação. Com o olhar ainda virgem, descobrimos belezas nas coisas mais simples. As inevitáveis comparações com o Recife marcaram presença a todo momento. Nas praças usadas pelo povo, na gentileza das pessoas, na segurança de algumas cidades. Nas malas vieram os pensamentos sobre o futuro que queremos ter.

Reflexões à parte, logo logo muitas resenhas para você, nobre leitor!

Ruas coloridas


Hablando Castelhano/Espanhol con Nícolas

Aqui você terá um breve glossário com algumas palavras e expressões necessárias para sobreviver no Chile. Posso garantir que testei e aprovei tudo que está na lista abaixo.*

Telefono Andante - Telefone Celular
?Questo bairro tiene delinquencia? - Tem maloqueiro nesse bairro?
Safo - Desenrolado
Guapa - Gata (bonita)
És una bella guapa - Você está perfeita em sua perfeição
Deculpa mulé - Desculpa meu amor

* Segundo o Dicionário Michaellis, nem tudo que está presente neste dicionário é verídico. Rodolfo, no entanto, usou os termos de forma abundante.

Rodolfo e Marcela agora são do mundo.


Vulcão Villarrica

Casinha por 4 dias

Pucón, a cidade dos cachorros

Conexão Chile - Subida ao Vulcão Villarrica ou Crônica sobre o que a cerveja e a cachaça podem fazer...

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A vontade de 'ascender ao volcán Villarrica' nos perseguia desde o momento em que Nathalia e Luiz voltaram do Chile. O imponente vulcão com seus 2.847 metros, localizado na cidade de Villarrica (mas todo mundo para em Pucón) - a dez horas de ônibus de Santiago - nos acompanhava aonde quer que andássemos. Era tipo um adversário nos desafiando a todo instante. Eu e Rodolfo, super na ingenuidade, sabíamos que vencê-lo seria um desafio, mas achávamos que com determinação atingiríamos o cume. Pesquisamos em sites de mochileiros, procuramos agências, fizemos planos, levamos camisas do Salgueiro, mas faltou o essencial, a maldita bendita preparação física. hahahaha. As cervejinhas e cachaças nas sextas, as comidinhas e resenhas no fim de semana vieram à tona "de forma assim tão caudalosa".
A natureza indomada
Quando chegamos à cidade, mesmo eu estando com muito medo, fomos procurar uma agência bacana e segura. Andamos um pouco por Pucón, que fica a 30 minutos de Villarrica e é bem pequena, achamos uma chamada Vulcán Villarrica. A subida custava $35.000 pesos chilenos, o equivalente a R$ 160 aproximadamente, e incluía a presença dos guias (óbvio!), transporte e todos os equipamentos necessários para a subida. Pesquisamos na internet e encontramos algumas pessoas falando mal da empresa. Meu medo aumentou. Na dúvida, fomos direto na Oficina de Informações, situada na Avenida O'Higgins, principal de Pucón. As atendentes são super bacanas e, se der sorte, elas ainda lhe darão uns palpites super pertinentes. Seguindo a dica de uma delas, resolvemos fechar com a empresa Andesmar, também na O'Higgins.


O passeio custou 38.000 pesos, en efectivo (à vista). No cartão de crédito sairia por 45.000. O pacote incluía o equipamento: calça (pantalones), casaco, luvas (guantes), picareta, dois bastões para andar na neve (uns palitos gigantes), botas de trekking, mochila e grampones (para se equilibrar no gelo). A mochila pesava, em média, seis quilos.




Kathy, a simpática atendente da Andesmar, nos passou algumas dicas. É necessário levar água, gatorade, amendoim, chocolate, protetor solar e óculos de sol. Ao longo da subida, o calor é muito grande, principalmente quando chegamos na parte da neve, pois os raios do sol batem no gelo e refletem na gente. 
Antigo caminho da lava
Imensidão branca
Passada a preparação, nossa hora chegou na terça-feira (26). Acordamos cedo, pois às 6h30 devíamos nos encontrar com o guia na frente da agência. O dia amanhecia preguiçoso. Nessa época do ano, o sol nasce umas 7h30. Na rua, só os cachorros nos acompanhavam. Estes, aliás, estão por toda a parte em Pucón (Eles também renderão um texto aqui no blog). Ao chegar na Andesmar, encontramos o guia Gabriel e descobrimos que a subida seria particular (apenas eu e Rodolfo compramos o pacote). Achei ótimo, porque assim nosso tempo seria respeitado. Vestimos os equipamentos e fomos rumo ao Villarrica. O medo quebrava o frio da madrugada.
A beira da estrada havia uma cruz



Meia hora depois, chegamos aos pés do vulcão. O coração acelerava diante de tanta imponência. Mas o sentimento era tão particular que foi difícil de descrevê-lo até para Rodolfo. Fiquei maravilhada com tanta beleza e feliz por ter tido a oportunidade de presenciar aquela manhã tão divina. Tava ansiosa e tensa.

Da altura dos seus olhos não é possível ver isso tudo
Gabriel, o guia, nos informou sobre o teleférico que poderíamos pegar para economizar energia. Topamos, óbvio. O percurso nos custou 7.000 pesos, para cada. Mas valeu muito a pena. Chegamos no ponto de partida, colocamos os capacetes e começamos a subir. Os caminhos eram bem íngremes e havia dezenas de pedras soltas. O equipamento pesava e a respiração estava cada vez mais difícil. Olhava pra cima e respirava fundo. Mentalmente, amaldiçoava Rodolfo por ter me incentivado a fazer a subida. As batatas da minha perna doíam muito, mas eu queria chegar ao topo. Cada passada era uma vitória. Queria chegar ao lado de Rodolfo, pois havíamos prometido subir juntos.
"Lá lá lá, HUM hum Hum" (Marcela com medo de altura cantava no teleférico)
Em relação aos outros grupos, nossa caminhada estava bem lenta e estávamos lascados, era visível. Pessoas de todas as idades compartilhavam o mesma objetivo. A cada parada olhávamos pra trás e pensávamos "porra, já andamos isso tudo?". De parada em parada, fomos nos aproximando cada vez mais do fim. Só que estávamos no limite das forças. Na transição da terra para a neve, colocamos os equipamentos para a caminhada no gelo. Nunca tínhamos visto neve na vida e a sensação foi foda e eletrizante. Não dava muito tempo para refletir, pois devíamos, ao menos tentar, manter o ritmo. Assim que chegamos na parte nevada, Gabriel nos ensinou a usar os equipamentos para o caso de cairmos na neve e tals. Na hora, o medo voltou e eu lembrei do brasileiro que morreu subindo ao vulcão, em 2010. Redobrei a atenção. Recado dado, avançamos em mais uma parte (VALEU POR TER DITO ISSO, NATHALIA!).
Outros caçadores de aventuras
Tentávamos acompanhar o pique do guia, mas o corpo já não correspondia aos comandos. A vontade nos empurrou para frente, mas o cansaço nos puxava para baixo. A falta de preparo físico pesou mais do que a determinação. Fiquei arrasada, mas olhei para Rodolfo e ele também estava exausto e disposto a parar. Nesse momento, na antepenúltima parada, a 400 metros do cume, desistimos. A partir daí, a caminhada era cada vez mais íngreme e considerada a parte mais difícil. Segundo Gabriel, ele estava andando a passos bem lentos e se não conseguíssemos acompanhá-lo era porque estávamos muito cansados. E ele estava certo, porque subir é difícil, mas descer também é complicadíssimo e precisávamos guardar energias para o retorno.

Na hora que paramos, xinguei muito o universo. Tava triste, decepcionada e com vontade de chorar. Depois de vencer mais de 2.400 metros, foi foda desistir. Meu corpo estava no limite, embora minha mente estivesse renovada com a vista. Nessa hora, comecei a refletir com Rodolfo sobre os cumes de cada pessoa. Parece um pouco conformista, mas só de termos chegado ali já foi uma vitória. Olhar a cidade de cima era maravilhoso. Saber que nossas forças nos ajudaram a contemplar aquele fragmento de natureza em seu estágio mais bruto, foi recompensador. A vontade era de chorar de emoção e de agradecimento. Não sou das pessoas mais religiosas, mas naquele momento agradeci a Deus por estar ali, ao lado da pessoa que amo, e poder sentir aquela energia tão forte que fluía da montanha.


No fim, além de exausta, tava com aquela fadiga de quem passa o dia na praia, com o rosto vermelho e o lábio despelando. E olhe que coloquei protetor suficiente. A subida dura, em média, seis horas.




O abominável homem das neves chegando ao topo do vulcão
A vista era de filme publicitário, tipo propaganda de Gatorade. A montanha, a neve, a cidade pequena e mais três vulcões ao fundo. Todos mais altos que o Villarrica. Acho, inclusive, que para subi-los é necessário conhecimento de alpinismo e escalada. O Villarrica é tipo um vulcão nível easy. O esforço é mais pela caminhada. A neve não atrapalhou, pelo contrário andar sobre o gelo era até mais fácil. O problema era que estávamos exaustos após o caminho de pedras. 
Linda!
Fenda no gelo onde Marcela teria caído caso eu não fosse ágil como um carcará
Nessa hora tiramos fotos, olhamos a vista, refletimos sobre as atitudes, fizemos a promessa de respeitar mais nosso corpo e nos cuidarmos melhor e prometemos voltar ao Villarrica para atingir o cume. hahahaha. Acho que todos prometem isso. Espero um dia atualizar esta resenha mudando o final.

Na opinião de Rodolfo, a melhor parte de toda a aventura foi a descida. Na hora de baixar, colocamos um paninho na bunda e descemos escorregando. Fiquei com medo de cair em alguma fenda da neve, por isso fui mais comedida. Rodolfo não. Ele estava louco e fez umas curvas muito radicais (teve uma hora que acho que cheguei a 20 km/h de escorrego). Apesar de todo este meu cuidado, uma hora eu escorreguei na neve e, por pouco, não caí numa grieta (fenda). Mas meu belo namorado me salvou <3! Palmas para ele!
Pedaço do esquife de gelo onde Hyoga de Cisne ficou preso
A descida foi igualmente cansativa e o teleférico não funciona na volta, porque não tem a proteção necessária. Quando voltamos pro carro já eram 15h30. Até o motorista Antônio tirou ondinha com nosso estado crítico. Tava morta de cansada. O pior era ver o povo descendo na boa e ainda nos cumprimentando, enquanto não conseguíamos abrir a boca sequer para dizer "hola".

Chegamos em casa e dormimos muito, mais de 12 horas seguidas (Marcela, eu dormi menos). Estávamos exaustos, mas orgulhosos de termos chegado tão longe. Depois dessa subida, desdenhamos de tudo. hahahaha. Rafting, Canopy. O vulcão nos sugou por completo e foi, sem dúvidas, a experiência mais intensa das nossas vidas. É um encontro com você mesmo e uma descoberta dos seus próprios limites.

Na minha opinião, quem for ao Chile, deve passar por Pucón. Mesmo que não queira subir o vulcão, a cidade é linda e vale os olhares.
"A praça é do povo, como o céu é do condor"
Marcela Balbino é aventureira.

Rodolfo Nícolas, após realizar o salvamento mais cinematográfico da semana, ganhou o título de alpinista honorário com honrarias da Prefeitura de Pucón.

O texto é de Marcela, mas o legendador oficial desse blog é Rodolfo!

Hostels Chile: Santiago, Viña del Mar e Pucón

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Chile, Pais mais comprido da América do Sul. Frio. Cordilheira dos Andes. Um lugar estranho. VIVOS! Toc, toc, toc. Eu sou Rodolfo Nícolas e com os poderes a mim concedidos, por mim mesmo, vou apresentar-lhes os locais onde nos hospedamos enquanto estávamos nas pradarias chilenas. Ieeeeeeennn (som de porta abrindo).

Hospedaje --> Hospedagem
Impomos poucas condições a nós mesmos e aos nossos bolsos quando fomos escolher a estadia: quarto e banheiro privativos. Não contei a minha companheira, mas um dos motivos foram as minhas viagens como atleta salgueirense. Os jogos aconteciam no Colégio Santos Dummont e muitos dos interioranos ficavam alojados no ginásio. Sortudo como sou, sempre tive família aqui na capital, o que me fornecia automaticamente cama quente e estadia tranquila para meu matulão. Mas eu via meus colegas sofrendo ao compartilhar quartos com estranhos e principalmente o estado dos banheiros... Bem, os Hostels por onde passamos se mostraram lugares muito civilizados e dificilmente encontraríamos aquela situação calamitosa de minha época de enxadrista (mas pra quê arriscar?). Também conta que se o dinheiro minguasse era possível economizar alguns dólares mudando do quarto privativo para um com mais pessoas.

Nossa primeira parada seria em Santiago e quem melhor que nossos mochileiros do coração Nathalia e Luiz para nos indicar um lugar? Eles falaram dos bairros e de alguns albergues. Daí começamos nossa procura na internet - a rede mundial de computadores. Vimos vários locais e vários preços. Em todas as pesquisas tivemos muita ajuda de sites como trip advisor, mochileiros.com e de blogs com depoimentos de outros viajantes.

SANTIAGO - O INÍCIO
Aportamos no La Casa Roja (lê-se rôrrá), que fica na Avenida Brasil il il, situado em um bairro universitário bem tranquilo da capital chilena. Só como curiosidade, em todas as cidades que ficamos havia uma Avenida Brasil, uma Carminha, um Tufão e um Pereirinha (ihihihihi). Nossa estadia foi acertada pela internet e pagamos 10% antecipado no cartão de crédito. Para garantir nosso quarto com banheiro privado desembolsamos 52 pilas americanas (dólares) pela diária. O casarão onde fica a Casa Roja é muto agradável, os atendentes e funcionários são bem prestativos e mesmo quando não falam sua língua se esforçam para entender as mímicas. Há uma bonita área para churrascos, festinhas, cochilos e uma piscina. Os únicos contras foram as toalhas que estavam meio sinistras, o café da manhã e o lixo que não havia sido retirado do quarto. O cômodo, por sinal, era enorme e pouco mobiliado, o que dava um certo desconforto. Ia esquecendo, mas ir ao balcão da recepção era garantia de boa música. Eles sempre estavam escutando alguma rádio que só tocava rock de qualidade (assim como praticamente todos os lugares do Chile que fomos).
Marcela sempre quis tirar uma foto assim, tipo IT Girl. A foto é para mostrar a entrada  do banheiro

Tapete bonito na parede
VIÑA DEL MAR
Após três noites em Santiago, rumamos para as cidades de Viña Del Mar e Valparaíso, as cidades irmãs e coladinhas, tipo Recife e Olinda. Passamos apenas uma noite na cidade e, num rompante de aventura, ficamos na hospedagem da empresa que fizemos o passeio turístico. Era um lugar bem estranho... era uma casa com uma portinha e dentro uma sala enorme com uma mesinha de fiscal de terminal de ônibus. O guia estava meio desencontrado com o atendente e parecia que o lugar estava vazio e que éramos os únicos hóspedes. Mais toalhas sinistras.

Pela primeira vez nos encontramos com o chuveiro em formato de ducha, e tivemos muita dificuldade em lidar com isso. Nos sentimos meio desprotegidos naquele lugar e lá foi a primeira vez que assistimos televisão no Chile. Ficamos até tarde olhando a TV e o trinco da porta, tentando ouvir qualquer barulho estranho. A sensação de que teríamos nossos órgãos roubados era imensa... Mas nada de ruim aconteceu e Marcela ainda deu um zignal no recepcionista e ao invés de sairmos doze e meia saímos lá pelas quinze horas. Custou 20.000 pesos (USD 40).

Vale destacar que a estadia era bem localizada e ficava próximo ao Terminal de Ônibus, shopping, padaria, pontos históricos...Nessa experiência descobrimos que viajar também é sinônimo de confiar em desconhecidos. É difícil, mas vale o exercício.

Disfarçado para fugir e não pagar uma diária a mais por causa do atraso

PUCÓN

Na nossa penúltima parada, nos hospedamos no Hostal Carmen, em Pucón. Esse foi, sem dúvidas, o melhor e mais aconchegante local de toda nossa vida Chilena. Carmen não tinha toalhas sinistras nem toalha nenhuma, mas todos os dias ela conversava agradavelmente com a gente na cozinha da sua casa ou, simplesmente, pelos corredores nos dando dicas da cidade ou falando sobre os costumes de seu País. O quarto era super arrumadinho com uma cama gostosa e silenciosa, ótimas prateleiras e cabides para guardar nossos sucos, roupas e apetrechos. O banheiro também tinha a ducha gigante e era bem apertadinho, o que embaçava o espelho e dava para deixar recadinhos de amor para o próximo usuário.


Carmen foi o único local em que realmente nos sentimos suficientemente bem recebidos e confortáveis para utilizar a cozinha, seja para cozinhar ou para ficar de bobeira. No último dia, ela ainda guardou nossas bagagens atrás do aquecedor - igual aquele do episódio da fome de Pica-pau - enquanto passeávamos pela cidade (nossa estadia acabou às 12h, mas o bus só saia às 19h30). Foi o único lugar que nos deixou saudade. Por 42 dólares, por dia, você também pode desfrutar destes encantos.
Área da gente em Pucón
As salsichas no Chile são branquinhas e desbotadas... não são feitas para cozinhar com molho
Corredor principal
Esse Watt tava ótimo
Foto do cantinho é sempre charmoso, dá muitos acessos
SANTIAGO - O FIM
Voltando a Santiago resolvemos conhecer um pouco do Bairro da Bellavista, no último dia, e ficamos em uma pousada homônima. Era um lugar suuuper transado, u-hu, cheio de arte pelas paredes, áreas comuns, sofás, televisões, um gato e era enorme mesmo. Também era cheio de presentinhos dos que já se hospedaram por lá, fotos, bandeiras, cartões e até camisas de times como São Paulo e Atlético Mineiro (mas não do Salgueiro e eu que não deixaria meu manto sagrado lá). Tava tudo muito bom, tava tudo muito bem, mas pela primeira vez ficamos num quarto com banheiro compartilhado e ele ficava no anexo da casa principal. Agora pare (pegue no compasso, tá, brincadeira...), pense no terror que sentimos na estadia em Viña Del Mar... Aqui ele se concretizou por outros meios, não por medo, mas por dor. Muita dor. O nosso quarto ficava no anexo ao lado da casa principal e o terror ficava no banheiro. O chuveiro duchinha estava lá, mas a água quente não... a água descia tão fria que o cano suava... doía na pele quando batia. Doía como se fossem agulhas furando a pele ou facas cortando tiras do couro. Eu até procurei o sangue escorrendo no meio da água, mas como não vi nada vermelho achei que deveriam ser facas quentes que já cauterizavam as feridas. A estadia saiu por 52 dólares. Esqueci de maiores detalhes deste local, só me lembro da dor...

Vale muito a pena ficar em albergues se você for viajar pelo Chile. Aprendemos que é importante fazer uma boa pesquisa antes de escolher os locais, de preferência já saber os locais de estadia antecipadamente para evitar que aconteça o que nos aconteceu em Viña Del Mar. No mais, nossas grandes sugestões são La Casa Roja, em Santiago, e Hostal Carmen, em Pucón.

Links comentados:

Rodolfo Nícolas acha o banheiro privado necessário.
Marcela Balbino escolheu a estadia em Viña.

Curta no almoço

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Este post é dedicado aos leitores que trabalham no Centro do Recife. Aqueles que, assim como eu, almoçam rapidinho na empresa e logo voltam para o trabalho. Nas quintas-feiras nossos horários de almoço podem ser mais bem aproveitados!

Corre que é de graça. Fonte: Internet
Nesses dias, o Centro Cultural dos Correios realiza o Cine Clube Curta Doze e Meia, que, como o próprio nome já diz, passa filmes de curta-metragem, sempre às 12h30. E, o melhor, de grátis! Perfeito para você que gosta de cinema e fica #chatiado por não gozar plenamente das horas de almoço.

O tema deste mês é “Cinema de Estrada”. Fui pela primeira vez na quinta, dia 11, com minha colega Suzan. Assistimos quatro curtas: Felicidade é...Estrada (RS), As paralelas (RJ), Chapa (SP) e Biodiversidade (PE). O auditório do Centro Cultural é ótimo, com cadeiras confortáveis e ar-condicionado.

Sempre que der voltaremos lá. Vamos, com certeza, na última quinta deste mês, quando vai passar “Viajo porque preciso, volto porque te amo”, de Marcelo Gomes e Karim Ainouz. Tô louca pra ver faz tempo!

Curtiu a ideia? Então dá uma olhada no que vai rolar nos próximos dias e programe-se:

Quinta-feira (18)
- Zambação (SP), 6 min
- Flores da Estrada (RJ), 18 min
- Estrada (SP), 9 min
- Trecho (MG), 17 min
- Numa Beira de Estrada (RJ), 12 min

Quinta-feira (25)
- Viajo porque preciso, volto porque te amo (PE), 76 min
- Lapso (RJ),  10 min

Para mais informações, acesse http://www.curtadozemeia.blogspot.com.br

Lorena Tapavicsky almoça correndo nas quintas-feiras.

Abril Pro Rock 2013 - Na noite do alternativo, Roberto Carlos e Marcelo Jeneci foram os Reis!

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RecifEstranhO foi conferir o primeiro dia do Abril pro Rock 2013, mas tudo isso só foi possível por causa da Baba Yaga, que patrocinou nossa ida (é... nosso orçamento está curto e estamos em busca de patrocínios mil). Na noite tocaram Tagore, Marcelo Jenocídio, Television, Móveis Coloniais de Noda de Cajú e outras paradas lá. Confira com a gente as alegrias e agouros da noite.
Começou com pouca gente...
A sexta-feira chuvosa do dia 19 (obóviamente de abril) atrapalhou em muito a chegada do público ao Chevrolet Hall (ou simplesmente deu preguiça e muita gente resolveu não sair de casa). A pernambucana Tagore começou a tocar para um pequeno punhado de pessoas lá pelas 20h30, mantendo o histórico de pontualidade do Abril (já saliento que os 2 palcos funcionaram fantasticamente bem, sem descanso entre uma banda e outra). Nunca tinha ouvido a Tagore (nem a maioria das bandas da noite), mas achei o som deles bem legal. Algumas horas tinha algo regionlista, outras mais hardcore e devo admitir, quando eles tocaram um cover do Ave Sangria me conquistaram. Depois seguiram dois shows que não empolgaram e achei bem sacais... Babi Jaques e os Siciliano (PE) não chamaram muito a minha atenção com sua proposta rock cinquetista e performático e Silva (ES) parecia que não encaixava nele mesmo.

A clássica banda Television (EUA) fez um ótimo e competente show, sendo que os jornalistas não encontravam ninguém que conhecesse a banda para dar uma entrevista. Mas isso não atrapalhou a apresentação para o, já um pouco mais cheio, Chevrolet. Volver (PE) foi outra banda que fez um bom show mas que em nada me lembrou aquele que vira em 2000 e bolinha na concha acústica da UFPE... tava faltando presença e empolgação, pouco The Fevers e muito Los Hermanos...
Em Jeneci e Television já tinha mais um punhado
Para mim o ponto alto da noite foi com Marcelo Jeneci, que assumiu um visual muito Los Hermanos, com uma barbona enorme e olheiras cinzas (inclusive ele subiu ao palco e eu fiquei imaginando que era alguma participação especial de Marcelo Camelo). Ele fez uma bela homenagem ao aniversário de Roberto Carlos cantando a fodônica "O Astronauta". De longe, o grande momento da noite. Poderia cair uma bomba ali e acabar logo com tudo que tava difícil ter algo melhor. Nem vou falar das outras músicas, só dessa agora. Aquela menininha que canta com ele (Laura Lavieri) tocou o terror nuns graves muito loucos que reverberavam no saguão do Chevrolet. Muita gente ali só deve ter percebido que era uma música de RC quando ele falou, já após a execução da canção, mas minha sagaz irmã percebeu logo nos primeiros acordes. Nesses momentos percebo que sou apenas um jovem padawan perto da minha mãe e da minha irmã no que diz respeito ao Rei. Jeneci deu uma cara mais suja e, porque não, romântica a música... Mas um romance em seus momentos conturbados e complicados.


Os dois últimos shows foram de Siba (PE) e Móveis Coloniais de Acajú (DF). Siba como sempre fez seu previsível show de uma música só (é... parece com show de metal extremo, uma música só do início ao fim) com o ponto alto na música em que o carnaval acaba. Móveis mal cabia no palco com 40 pessoas na banda e fez lá seu show estilo Los Hermanos com saltos (finalmente descobri qual a verdadeira inspiração do Mamelungos). Não me diverti muito, mas meu ex-estagiário Pedro é fã, então tem seus méritos.

Daqui a pouco tem o dia mais pesado e com o apoio da Baba Yaga (que está no Abril pra Moda) estaremos lá.

Desculpem as fotos, mas nossa fotógrafa especial não pode ir, então as fotos foram do meu telefone mesmo.

Rodolfo Nícolas achou Astronauta - Magnetar - muito foda.

Blitz nas hamburguerias: Mooo e Kwai!

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Todo carnívoro que se preze passa por aqueles momentos na vida em que a coisa mais importante é saborear um bom hambúrguer. Não aqueles mirradinhos de fast food, mas um bom pedaço de carne, 120 gramas, com saladinha e molho delícia. Conduzidos por nosso instinto de sobrevivência, eu e o meu fotógrafo testamos para nossos lindos leitores duas novas hamburguerias no Recife.
Alguém muito esperto pensou nisso (vide a era das ciclofaixas)

BOA VIAGEM
A melhor das duas, disparadamente, foi a Mooo. Sorte a minha que ela fica em Boa Viagem, lá no final da Avenida Domingos Ferreira, bem longe da minha casa, senão, eu ia querer morar nela! Primeiro que o local é lindo de viver. Segundo, tudo que a gente pediu estava uma delícia. Desde a entrada (chips de batata com molho gorgonzola) até a sobremesa (waffle com sorvete de baunilha e calda de chocolate – tão bom que a gente quase não conversou enquanto devorávamos essa belezinha).


Cristo misericordioso... há uma plantinha no sorvete, e o que é pior é que eu a comeria!
Mas, voltando ao foco desta resenha, os hambúrgueres. Eu fui no tradicional bovino com molho. Delícia! A carne tava bem temperada e na quantidade certa. Já o menino escolheu o Sertão (ou seria Sertanejo?) de carne de sol e queijo coalho, com direito até a manteiga de garrafa. Segundo ele, estava ótimo também, mas, já nas últimas mordidas, ele achou que a carne de sol na verdade era bode.

No cardápio da Mooo também têm wraps e saladas, que, conforme espiei na mesa do lado, estavam com uma cara ótima também! Achei os preços justos. Os hambúrgueres variam de R$ 19,99 a R$ 23.99. Os demais pratos não passam de R$ 21,99. Ah, outra coisa legal é o aplicativo para smartphone que eles tem que funciona como uma junkebox virtual.
Alguém sabe onde é ministrado esse curso de caligrafia avançado com giz?
ZONA NORTE
A outra hamburgueria que fomos foi a Kwai, nos Aflitos. Vindo pela Rua do Futuro, pouco depois do Parque da Jaqueira, não tem como não ver dois grandes containers onde ela funciona. O espaço é bem pequenino, mas uma fofura. Também achei legal uma promoção que eles tem para os amantes do Instagram, onde você posta a foto do seu quitute e torce para todo mundo curtir e você ganhar um brinde.
Isso é alho no hamburguer? Show!
Os preços são bons e tem hambúrger a partir de R$ 9,90. Mas, apesar de tudo isso, achei que, gastronomicamente, ele deixou um pouco a desejar. O meu foi de frango, mas a carne parecia processada, além de que tava meio salgada.

Depois fiquei pensando que deveria ter pedido um sanduíche. Eles tem várias opções, entre elas salaminho, peru defumado, mortadela e cachorro quente. Por isso, resolvemos que vamos dar uma segunda chance ao Kwai. Na próxima vez, vamos no final da tarde, devorar um sanduba acompanhado de uma geladíssima Budweiser ou até mesmo uma Heineken.

Lorena Tapavicsky aceita convites para voltar na Mooo em qualquer dia.

O Moai del Viña e as experiências sobrenaturais

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Eu não curto programar viagens. Acho que decidir tim-tim por tim-tim todos os pontos que serão visitados, lugares que serão conhecidos e estabelecer todos os horários meses ou semanas antes da chegada não me excita nem um pouco. Uma pesquisada geral, para não ser pego de surpresa ou errar o óbvio, são suficientes para manter um pouco do espírito aventureiro. Na minha googlada sobre o Chile para duas coisas eu apontei e disse que deveria. Falei: "Eu devo"! Uma delas era o Moai , em Viña del Mar.
Olá seu Moai...
O Moai de Viña del Mar fica nos jardins do Museo Fonck e para vê-lo não é preciso pagar nada (na pracinha ao lado há uma escultura de Rodin, La Defensa, que é protegida apenas pelo vento e pelo sol... nem chumbada no chão é). É legal conhecer um pouco dessas figuras para entender um pouco do fascínio que as histórias que envolvem a Ilha de Páscoa exerce sobre mim. Logo abaixo há uma gravação curtinha, de 2 minutos, que o guia passou para a gente durante a viagem. Cliquem no play que saberão mais sobre a Ilha e o Moai.


Dentro do Museo Fonck, se não me engano são 2 ml pesos para entrar, você encontra além da tradicional lojinha de artesanato um acervo sobre os povos nativos do Chile como o povo Rapanui e Mapuche, por exemplo. Há momentos mais tensos como as cabeças encolhidas e uma ou outra ossada. Na verdade não há nada mais tenso que as cabeças encolhidas... Há também um museu de história natural com muitos insetos e animais empalhados, além de um espaço reservado para uma coleção de brinquedos!
UuuUUuUuuUuuu...
Na minha singela opinião a visita ao Moai de Viña del Mar foi um dos grandes momentos no Chile. Inclusive Marcela adorou tirar fotos com a figura pedregosa, tanto que fomos lá duas vezes (também fomos comprar "lapislazuli").
Fiquem com uma série de belas fotos abaixo.

Rodolfo Nícolas e Marcela Balbino acreditam!

O bonito jardim do Moseo Fonck
Então quer dizer que eles faziam machados?
No Chile, os bodinhos tem duas cabeças
O Moai sempre tá com esse semblante sisudo independente do ângulo
Olha a tetinha do Moai ihihihi

Bicicletadas RecifEstranhO na Ciclofaixa!

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Domingo de manhã já foi o dia da preguiça, de sarrabuiar entre os lençóis e pernas quentinhas mais próximas. Hoje, as manhãs (e tardes) dominicais são para ocupar a cidade do Recife andando de bicicleta. Na verdade não é só de bike, das 8h às 16h30 os cones que delimitam a ciclofaixa móvel são colocados para quem tiver à disposição veículos com rodas movidos à tração humana (definição de nossa faixa Nathalia). O RecifEstranhO compareceu ao passeio em dois domingos de abril.

Look ciclofaixa

Entre cônes
Milhares de pessoas na primera bicicletada RecifEstrahO
A primeira saída foi no dia 14, que ficou registrada nos anais do blog como "Grande Bicicletada RecifEstranhO", contando com cinco pessoas... que valeram por 42 mil! Nesse dia nossa redatora Lorena desenrolou um contato que alugou bikes a R$ 20  a diária. Eu e Marcela aproveitamos. Luiz e Nathalia fizeram uso das bicicletas do Porto Leve (já resenhadas aqui).

Chegamos cedinho e 09h30 já estávamos a pedalar. Sedentários como somos, rapidinho suávamos as bicas e, lá pelas 11:30, resolvemos dar uma leve paradinha. Procuramos um lugar pela Praça do Arsenal para tomar um suco e comer algo e não tinha nada aberto... Se no dia da bicicleta tá assim, com esse apoio, IMAGINA NA COPA??? O único lugar funcionando a pleno vapor era o Delta Café, onde ficamos até o fim.
Nesse dia rodamos pelo Recife Antigo, vimos o Marco Zero cheio de famílias, andamos na infinita ciclofaixa das Torres Gêmeas, ocupamos um pedacinho de Estelita e nos divertimos muito!
Visão do cais das Torres Gêmeas
Aluguel das carrocinhas

Agora sim os participantes da primeira biciclestranha

No dia 28 resolvemos pegar nossos ventrículos e aurículos desprevenidos e fomos para a ciclofaixa do Recife Antigo, só que dessa vez só poderíamos usar as bicicletas do Porto Leve. Eu, Marcela e Milenna (no que se esperava ficar conhecido como "Bicicletada dos Blogs) pedalamos freneticamente da estação 08 (Aurora) a estação 05 (Porto Digital) onde faríamos uma leve pausa para depois encontrar Lorena e Elias para rumar ao Ocupe Estelita. Qual não foi nossa surpresa a estação 05 estava com defeito e não registrou a devolução das bicicletas... o mesmo tinha acontecido com Lorena e Elias, que já haviam ido embora pois não iam mais poder pegar as bikes... mesma situação da gente... Para completar começou a chover forte e tivemos que correr para o Delta (no que ficou conhecido como "Pseudo Bicicletada de 24 minutos com Capuccino e paçoca).

Efistáile!



Rodolfo Nícolas já enfrentou uma ladeira montado em sua magrela.

Quem quiser dar pedaladas com a gente, é só dar uma curtida e deixar um recado em www.facebook.com/recifestranho ou enviar um e-mail para recifeestranho@gmail.com.

Relax nas termas - Expedição Chile - Parte 3

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Depois de subir o Vulcão Villarica nossas baterias secaram mesmo... se fosse verdade aquela história de que colocar pilha no congelador recarrega a energia, o frio de Pucón tinha recarregado a gente e isso passou longe de acontecer. Desistimos de fazer rafting nas corredeiras do Rio Villarica, mas queríamos aproveitar nossa última noite na cidade em grande estilo. Então, nada mais chique que tomar banho nas Termas Loz Pozones (em tradução livre: Termas dos Poções).
Gustamos mucho
Olha a fumaça da quentchura da água
Compramos o pacote na mesma empresa que nos levou ao vulcão (Turismo Andesmar) e ficamos tentados a fazer o passeio a cavalo, só que mesmo galopando íamos nos cansar. Não lembro bem, mas acho que custou uns 18 mil pesos para o casal, já incluso a entrada no parque. O horário de partida era 20h e recebemos dezenas de recomendações para que não atrasar,  levar comida, água e toalhas. Não podia levar nada alcoólico e fiquei meio encucado sem saber o motivo, mas depois descobri.

Pontualmente, estávamos lá esperando e uma van nos apanhou para o início do passeio. Um casal de chilenos iria com a gente, mas o que chamou atenção foi o motorista que já nos conhecia do vulcão e ficou fazendo bullyng."Muita cerveja, caipirinha e feijoada, por isso não conseguiram chegar ao cume do vulcão", falava nosso guia. Saliento que a única inverdade nisso é que prefiro cachaça pura.
Si pobrecito ya fui, no me recuerdo más
O guia tinha propriedade para falar do Brasil, falava um ótimo portunhol e conhecia bem algumas coisas da gente. Além de dar apoio a inúmeros brasileiros que vão a Pucón, ele era um ex-carabineiro (ex-policial) que tinha feito um intercâmbio com a polícia do Rio de Janeiro, com algo relacionado a áreas urbanas e favelas.
Antônio NUNES!
Nessa hora, o casal chileno começou uma conversa quando descobriu que éramos brasileños. Falaram que conheciam muito da nossa música. Ai se eu te pego. Axé. Tchuchuca. E nos informaram que o arauto da música brasileira no Chile era chamado Fabrício Vasconcelos, que eles disseram que chegou lá "con una maozita en la friente e otra atras" e hoje é rico, famoso e pega as atrizes. Quando perguntaram se apreciávamos, Marcela foi enfática: Nosostros no gustamos...

Bem, voltando a falar das termas, a água quentinha é coisa fantástica. Tem umas seis piscinas com temperatura crescente, chegando a 40°, se não estou enganado. Ficamos só em duas, o que já era suficiente. Na segunda deu para entender o motivo de não poder levar bebida alcoólica... você pode ficar cego se ficar com os olhos muito tempo embaixo da água! Tenso!
Para quem não é bom de espanhol vou traduzir a primeira linha: Proibido fazer safadeza dentro e fora das cacimbas de água quente
Bem, nas termas não tem muita coisa para fazer além de relaxar e conversar. Conversando com nossos amigos chilenos, explicamos a eles o significado de algumas músicas, pois eles disseram que todo mundo canta nas festas, mas ninguém faz a mínima ideia do que elas querem dizer. Concluíram que eram grosserias contra las mujeres, mas que como era algo desconhecido continuariam dançando nos shows.

Por fim, o rapaz contou que era jogador de futebol, de um time da segunda divisão. Conversamos um pouco (ou tentamos) e ele se mostrou impressionado como meu time de quarta divisão coloca entre 8 e 10 mil pessoas no estádio. Segundo ele, os times de primeira divisão do Chile têm dificuldades em juntar um público desses. Hoje em dia ele torce e sonha em jogar pelo Salgueiro.
Nuestros amigos chilenos
Rodolfo Nícolas e Marcela Balbino respeitaram as placas.

11 motivos para querer voltar ao Chile

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Quando comecei esse post, tentei não escrever muito, mas me traí. Queria deixar as fotos falarem por si, mas as palavras e a saudade me passaram a perna. De forma meio involuntária. Passamos dez dias no Chile e a cada nova manhã eu descobria um pedacinho mais bacana que o outro. Sou bem bairrista. Curto muito o Recife e arredores e defendo o País, mas confesso que pensei em mudar de CEP de vez. Tá certo que fui com olhar de turista, achando tudo lindo e massa, mas estávamos com a proposta de viajar sem muito luxo. Andamos de metrô, de ônibus e táxi somente no último dia, para ir ao Aeroporto. Achei o Chile uma cidade preparada pro turismo - ao menos as cidades visitadas. 

Como viajamos sem muita preparação nos perdemos muito pelas ruas, mas achei o povo educado e disposto a ajudar. Talvez seja cansaço da cidade ou, simplesmente, porque nunca fui ao exterior, mas me senti tão plena quando andei pelas ruas sem medo de assalto. Só em Santiago fiquei mais ligada. Nos primeiros dias me recordo que andava com a máquina enfiada na bolsa, a mochila amarrada com uns três nós e virada pra frente. hahahaaha. Em Viña del Mar, perguntei ao motorista sobre a violência na cidade e ele riu da minha cara. "ah, aqui não é como o Rio de Janeiro". É, eles acham que Brasil é só  Rio de Janeiro. Tentei explicá-los que não era carioca, mas foi em vão. 

Ao longo da viagem não passamos por nenhum sufoco. Graças! Em Santiago nos mandaram tomar cuidado, como toda grande capital, mas não aconteceu nenhum incidente. Pucón é uma cidade encantadora, parece um pouco com as cidades do Sul do País, tipo Gramado, Canela, Blumenau, mas achei o povo chileno com menos bossa.
1. Uva de Chocotoco
2. Uma plantinha
3. Deliciosa lasanha de coisa verde que comemos em Bellavista, estava ótima e barata! (Lasanha de palta - abacate)
4. Ah, o grande Villarica...
5. Uno pedacito de lo Mexicozito em Pucón
6. Roaaaaaaaaar!
7. NECESITA DE PLATA????
8. No Chile há sobremesa no café da manhã! (Café Lounge Brasil)
9. Melhor café da manhã de Pucón! Servido perto de 11h
10. Un poemito escrito na parede do Café Lounge Brasil, em Pucón
11. Uma casinha bonitinha
Marcela Balbino e Rodolfo Nícolas estão saudosos...

Treloso, gosto e obra

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Quando eu me mudei para Recife, uma das coisas mais estranhas que percebi era o afeto e a quase idolatria do povo recifense por um produto local que eu achava pouco saboroso. Na verdade achava que tinha gosto de terra. Seria um efeito do famoso e grandioso bairrismo recifense? Meu paladar sertanejo era pouco refinado (ou muito) para conseguir apreciar tal lanche? Passei um bom tempo olhando de lado para o biscoito de maior audiência da capital pernambucana, o Biscoito Treloso.
Menino treloso, quer comer biscoito...
Contextualizando o momento que tive contato com a bolacha recheada típica da capital, me mudei fisicamente para Recife (espiritualmente ainda moro em Salgueiro) em 2001. Isso é importante para aqueles que conseguem ter lembranças gustativas de forma parecida com a minha. Lembro da época, lembro do gosto. Domingo de manhã dos anos 90, por exemplo, tem gosto de feijão de arranca com arroz, farofa e carne assada com música de Chico Buarque ou Roberto Carlos, por exemplo. E o início dos anos 2000 tem gosto de terra quando me lembro do biscoito treloso. Aquela terra de areia de cimento, cheia de pedrinhas e pozinhos de rocha pulverizada pelo tempo.

Eu sou meio sem noção e passei um bom tempo para aprender que não devemos mexer com as coisas canônicas do Recife, ao menos enquanto você não conhece bem o grupo em que está inserido, algumas coisas não devem ser ditas. Falar isso que comentei no paragrafo anterior era uma delas. Não entendia o motivo de algumas pessoas olharem torto para mim por um comentário bobo sobre um biscoito (se fosse ao menos daquele caldo branco que o povo daqui chama mungunzá, eu até entendia). "Prefiro ficar com fome a comer isso", era outra frase não muito aceita. Era minha forma de protesto.
Patrimônio semi-material de Recife
Os anos passaram, meus conceitos e modo de ver o mundo mudaram. Aprendi a não destratar o Biscoito Treloso na frente de estranho ou comentar que o Recife Antigo tinha um cheiro esquisito. Minha convivência com o povo da Veneza brasileira melhorou muito e nunca mais senti como se ódio emanasse em minha direção. E aí chegou um dia que um amigo meu me ofereceu um biscoito treloso e tal. Não era aquele tradicional de chocolate, era um de brigadeiro que eu nunca tinha visto. Eu arrisquei. Sei lá. Me senti como alguém que dá um "pico" mesmo não tendo gostado da "bola". E não é que tava bom! Até pedi mais.
Terra...
Depois, por interesse próprio, procurei o tradicional de chocolate e me surpreendi! Tinha apurado o gosto e em nada parecia com aquele torrãozinho de terra que havia no passado. Hoje em dia não tenho mais nenhuma problema com Treloso e até indico, claro que sempre lembrando que tinha sabor de terra.

Algumas vezes as pessoas ainda estranham quando digo que o Recife Antigo tem um cheiro ruim, principalmente quando chove.

Rodolfo Nícolas gosta de bolacha 7 capa.

Em Buenos Aires, o Caminito colore e encanta

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Já no primeiro dia de nossas andanças pela capital portenha vimos que brasileiro brota feito praga na terra do tango. Sinceramente, acho que vi mais argentino no litoral sul de Santa Catarina do que na própria Buenos Aires. Mas isso não tirou o charme da nossa viagem. Era só identifica-los pela roupa e passar longe. Com um guia gratuito na mão e um mapinha para nos orientar, decidimos desbravar a cidade a pé mesmo durante os quatro dias em que estivemos por lá. Dividimos os passeios por região e aproveitamos as delícias – tanto visuais quanto gastronômicas – que a segunda maior área metropolitana da América do Sul tem a oferecer.
Uma graciosa senhora cheira uma flor enquanto um espantalho vigia as ruas
Primeiro, quero dizer que Buenos Aires é linda. A arquitetura de prédios baixos e antigos no Centro, os parques, praças e ruas históricas que foram palco de tantos protestos nos dão a impressão de que lá o tempo parou. Ficamos hospedados na região central, mais conhecida por Microcentro. De lá, dá para fazer tudo a pé, com disposição e vontade de se aventurar. O local escolhido foi o Hotel Mundial, um centenário, charmoso e acolhedor edifício localizado em plena Avenida de Mayo, uma via que respira história. Ela é o caminho entre o Congresso da Nação Argentina e a Casa Rosada, sede do poder executivo. Já foi cenário de manifestações sociais portenhas e é por onde passam os panelaços quase que diários contra os desmandos do governo.
As coloridas ruas d'a Boca
Pode-se chegar a Buenos Aires por dois aeroportos: Aeroparque, a 20 minutos do Centro, e por Ezeiza, que fica a 35 quilômetros da cidade (ou uma hora de ônibus sem trânsito). A passagem para o mês de abril custou mais ou menos R$ 1.200, com as taxas, ida e volta por pessoa. Se chegar pelo Aeroparque, pode pegar ônibus ou táxi. Mas como a cidade vive engarrafada, melhor optar pelo bom e velho coletivo que, aliás, só aceita moedas no pagamento. E você tem que dizer onde quer descer para que o motorista diga quanto você precisa pagar. Troque logo os pesos e peça muchas monedas.

Turista de primeira viagem, regra geral, quer conhecer as referências, os lugares mais comentados por quem já foi e onde todo mundo “tira foto (...) pra postar no Facebook” (BOLA, Mc). O problema é que nem sempre esses são os melhores locais para conhecer. A Calle Florida, por exemplo, é uma delas. Trata-se da rua do consumismo, cheia de lojas de marcas e de brasileiros ensandecidos cheios de sacolas. Eu mesma não curti.

Nessa via, o que mais se ouve é “câmbio?”. Não, não é para testar a comunicação. São pessoas oferecendo troca de moedas pesos por real, dólar ou euro. Os preços são acima do oficial (no banco, um real valia 2,5 pesos; na rua, 3 pesos). Mas é preciso ter cuidado porque há muitas notas falsas circulando e eu não sei como funciona o mercado negro... É importante não andar de bobeira nessa rua nem nas demais. No vuco-vuco, senti minha mochila sendo puxada e depois vi que um bolsinho frontal estava aberto. Ainda bem que não levaram nada.

PUERTO MADERO
É o lugar mais incrível de toda Buenos Aires. Imaginem o Cais José Estelita e os armazéns reformados, repletos de restaurantes, cafés e bares, com uma área extensa para caminhar e pessoas aproveitando a vista linda para o rio! O bairro, que antes recebia passageiros e mercadorias de embarcações e carregava consigo problemas sociais, virou ponto turístico em 1989. A requalificação atraiu construções modernas e transformou o local em área nobre. Lá, é mais interessante ir à tarde, ver o por-do-sol, sentar nos banquinhos e namorar. Dois navios-museus ficam atracados e são abertos à visitação. Por dois míseros pesos (menos de um real), nós entramos naFragata ARA Sarmiento. Dá para conhecer história de marinheiro, ver os objetos utilizados no século 19 e tirar lindas fotos com o tema navy. À noite, também é um passeio romântico se quiser ir jantar com a companhia de um vinho. É comum também as pessoas andarem de patins pelo calçadão.
O museu navio Buque que fica em águas argentinas, mas parece que tem bandeira uruguaia
Uma harpa gigante no meio de Buenos Aires
LA BOCA

Toda vez que eu via fotos de amigos que foram à Argentina, eu ficava encantada com aquele fundo de casinhas coloridas, o Caminito. Como ele fica no meio de uma comunidade num bairro estigmatizado, o La Boca, todos diziam para termos cuidado, que é perigoso e tal. Os próprios moradores dizem para ter cuidado com os pertences. Acho que é a mesma coisa de andar pelo centro do Recife, em termos de segurança. Mas eu coloquei na cabeça que queria ir. E ponto. Fomos. O caminho até chegar lá, a pé, só é tranquilo se você for pela avenida principal, que não lembro o nome. Tem ônibus, mas preferimos só usar na volta porque ainda queríamos visitar o Museu Bicentenário da Independência. No meio do percurso, identificamos uma família paulistas, mêo, que tava indo pra lá também e seguimos em comboio. 

À primeira vista, você vê um lugar essencialmente turístico. Com bares, barraquinhas de suvenires e casais dançando uns tangos meia-boca (hãn, hãn?). Ao fundo, a turistada (nós, inclusive) disputando espaço para tirar as fotos-clichê. A história do Caminito é interessante. O lugar ficou conhecido por ser habitada por imigrantes estrangeiros, maioria italianos, que chegavam pelo porto para trabalhar no século 19. As casinhas do Caminito são feitas de placas de zinco e são coloridas porque eram pintadas com restos de tinta que sobrava da oficina do porto. Na década de 1950, um grupo de artistas decidiu restaurar a área. O mais famoso deles é o pintor Boca Quinquela, que batizou a rua de “Caminito” pelo título de um popular tango argentino. Depois, com doações de artistas, o lugar foi melhorando e transformado em um museu a céu aberto e sem portas. O Caminito é perto do estádio La Bombonera, que não visitamos porque estávamos apressados para ver o museu antes que fechasse.

Nostra amiga e su nobio en La Boca
Vanessa caminhou pelos caminitos da capital hermana.

O dia em que quase derreti no ônibus

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Existem várias coisas que acho estranhas e não entendo, mas aquela que mais me atormenta nos últimos tempos é o efeito estufa do coletivo. Ando de ônibus por opção e justifico com aquele blá blá blá de salvar o mundo, luta pela melhoria do transporte público e tarará. Tudo balela! Na verdade sou é preguiçoso e gosto de dormir na viagem.
Senti o bafo quente da morte esse dia...
Em geral, consigo me abancar rapidinho e tirar ótimos cochilos nas linhas de ônibus que utilizo, após uma leve leitura (sei que isso "estraga" a vista... favor não me imitar) ou enquanto escuto algum podcast. O sacudido do ônibus é bom, me sinto como se fosse ninado pelo amontoado de metal, vidro e plástico. Como se Jonas ou Gepeto não se sentissem incomodados de estar no ventre da baleia.

Mas, como nem tudo é sucesso, surge um problema quando caem os primeiros pingos de chuva (ou alguém está pregando ou se transforma em DJ, só que isso é outra coisa). O recifense parece temer o líquido da vida. E não é pouco. Pingou e todas as janelas e entradas de ar dos ônibus são imediata e hermeticamente fechadas!
Essa Recife tão quente e úmida


Vai lá, Raul!
Não demora muito e o calor fica infernal dentro do ônibus... A sensação térmica vai a mil por não ter circulação de ar e a umidade aumenta devido a chuva e o suor. Começa a ficar abafado e difícil de respirar por causa da elevada sensação térmica. Aí você morre. Morre de raiva da opção das pessoas em chegar no trabalho suadas e "nhaquentas", ao invés de molhadas. Sendo que a maioria se molha ao descer do ônibus... Estranho mesmo.

Raul Jungman deveria incluir na sua campanha de fora rodízio um adendo sobre essa triste situação no transporte público do Recife. Haveria uma melhora considerável no humor do cidadão recifense e, consequentemente, um aumento de produtividade se eles tivessem menos medo de água.


Rodolfo Nícolas se molha.

Momento solene - Macaxeira no Café São Braz

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Reflexão solene no meio-dia: um almoço, cuscuz, carne do sol e a mente procurando repouso. Lembranças de família vem a mente; algumas preces feitas; intenção de bondade nas orações num ambiente cor cinza chumbo; a certeza da reflexão com um pouco de solidão e contemplação do momento.
Que bela trinca! Queijo de coalho, carne de sol desfiada e cuscuz!
Apesar da introspecção estava tudo claro a minha volta, não só pelo meu mundo interior rico, mas também pela certeza da introspecção necessária: “sem amigos por perto, com  a certeza evidente de não amigos, resulta na obrigação de ficar calado”.

O tempo passa e a certeza do sabor se acentua; a expectativa junto com a fome cresce: esse cuscuz começa a ter a obrigação de ser saboroso; mais algumas preces na cabeça, e mau a certeza do sabor se confirmando na minha mente, surge então um novo tempero ainda não confirmado, dois amigos ao longe são avistados tornando possível mais tempero nordestino na minha introspeção:
                -Tempero nordestino da capital, somado com tempero nordestino do sertão, que não eram só  amigos, pois eram irmãos nordestinos, e irmãos nas cores do coração: um irmão tricolor da capital recifense, com um irmão tricolor da capital do sertão de Salgueiro.

A nitidez se acentua, mesmo o dia permanecendo cinza, com um bom prato servido a mesa, e uma boa contemplação solene compartilhada com dois amigos conversando coisas da vida.

“...esse prato é muito solene pra mim irmão, só você mesmo pra comer essas coisas na hora do almoço irmão, mais amanhã com certeza eu o provarei...”, acrescentando um trocadilho buliçoso na conversa, remendando o cuscuz com uma possibilidade de viadagem/frescura minha , mas com a finalização que só um amigo tem para com o outro amigo: “amanhã eu o provarei também”...

E a conversa arrastou-se, e quando nem mesmo se deu conta acabou o cuscuz e a conversa: hora de trabalho e a certeza da contemplação do almoço confirmando que...

.....Bondade existe, pois amigos existem!
Esse principio de espiral revolta no meio dessa espuminha branca foi projetado para dar água na boca
Esse Café São Braz fica no Aeroporto do Recife. Esse Cuscuz da foto custa R$ 9,90 e o Cappuccino por volta de R$ 5. A poesia você degusta de graça.

Texto do amigo P.A.o "Boca de Burra" um dos três sobreviventes do Colégio Dom Bosco, de Casa Amarela, bom café para todos.

Protestos do dia 03 em Recife

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Hoje Recife está realmente parada devido a manifestação dos motoristas e cobradores de ônibus. Larguei às 17:30 e tenho que pegar duas conduções para chegar em casa (2 ônibus ou 1 ônibus e 1 metrô), o que geralmente leva 90 minutos. Hoje só pelas 22:00 eu apontei aqui em casa...


No metrô me vi ao lado de um cara com uma tatuagem de mago (na cadeia representa sequestradores)... e na estação de Afogados eu esperei mais de uma hora e nada de PE-15. Resolvi sai e vi como muitos corpos podem ocupar o mesmo lugar, quando um pequeno ônibus de linha complementar estava com tanta gente quanto um clássico buzão. Força na suspensão!

Caminhei aquela grande avenida do mercado de Afogados para ver se no Largo da Paz a situação estava melhor e passei mais outro tempo em pé de bobeira esperando. Estava com frio e comi um espetinho de galinha com bacon, aproveitando para ficar encostado ao calor do carrinho.

Tinha que bolar um plano e, como havia começado a passar Aeroporto/afogados resolvi voltar para a estação e ver se o mesmo acontecerá com o PE-15. Estava era pior... algumas pessoas subiram num ônibus da linha do Aeroporto e começaram a gritar "PE-15! PE-15", numa tentativa de alterar a rota do carro. Um PM de quase 2 metros foi no meio de quase 20 caras e disse para eles pararem com aquilo que o motorista não tinha esse poder e precisava trabalhar. Eles se acalmaram. Saí de novo da estação...

Já pensava em pegar um táxi, mas pagaria uma pequena fortuna para ficar no meio do caminho pois além da distância tinha o problema do engarrafamento. Aí passou um cara num carro perguntando quem ia para Casa Amarela. "Quanto é? Quanto é?", perguntei ao me aproximar. "10 reais para eu colocar de combustível", disse o homem. Fui embora com mais 2 passageiras e a filha dele.

Cheguei em casa por volta das 22:00 como falei acima.

Fiquei impressionado de ouvir muita gente na rua, mesmo sem nenhuma previsão de quando chegariam em casa, dizendo que os rodoviários estavam certíssimos de fazer isso.

De todos os protestos, sinto que esse foi o que participei mais ativamente...

Rodolfo Nícolas acha o Brejo a melhor linha.
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